Protesto no Foro

Servidores do TJRS protestam em Pelotas por matriz salarial

Categoria alega que está há oito anos sem reajuste do Judiciário estadual em salários e auxílios, enquanto magistrados acumulam benefícios

Jô Folha -

O horário de almoço foi o momento escolhido por dezenas de servidores do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) para realizar uma manifestação, ontem, na escadaria do Foro da Comarca de Pelotas. O ato foi marcado pela presença do diretório do Sindicato de Servidores do Tribunal de Justiça do RS (Sindjus).

A mobilização faz parte de uma campanha promovida pelo sindicato contra a desigualdade salarial no TJRS. De acordo com os servidores, enquanto eles têm congelados há oito anos pelo Tribunal valores referentes a salários e benefícios, como o auxílio condução, os magistrados acumulam privilégios, relativos a Gratificação por Acúmulos de Acervos, acréscimo de subsídios nos salários de alguns juízes.

O diretor de comunicação do Sindjus, Marco Velleda, declara que nos últimos oito anos o orçamento da Corte está sendo praticamente todo consumido pelos custos com magistrados.

"A gente está com a campanha 'Desigualdade, quando ela aumenta a justiça diminui'. Tem juízes recebendo pelo acúmulo de trabalho deles, porque deixam sentenças acumuladas. Hoje o salário de juiz é em torno de R$ 8 a R$ 12 mil. Além disso, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) concedeu um subsídio retroativo em parcelas de R$ 13 mil. Então tem juiz recebendo R$ 23 mil de salário", afirma.

Como contraponto para exemplificar a desigualdade salarial entre servidores do Tribunal Estadual, o diretor cita os oficiais de Justiça. Segundo ele, o auxílio condução, necessário para que o funcionário se desloque para cumprir determinações judiciais, não é reajustado desde 2014. "O auxílio está congelado desde quando o litro da gasolina custava R$ 2,83. Hoje [o combustível] está acima dos R$ 7,00 e eles estão ganhando a mesma verba. Tiram dinheiro do seu próprio bolso para trabalhar".

O sindicato está percorrendo municípios para realizar mobilizações em alusão ao pré-lançamento da campanha contra as diferenças remuneratórias. Na quarta-feira, protestos foram realizados em Santa Maria e Passo Fundo. Ontem foi a vez de Pelotas. "Segunda nós vamos acampar com barracas em frente ao prédio do Tribunal de Justiça pedindo esta mesa de negociação para a revisão de matriz salarial", conta Velleda.

Mesa de negociação
Os servidores solicitam ao TJRS a formalização de uma mesa de negociação entre a categoria e a administração da Justiça estadual para a construção de uma proposta de recomposição de matriz salarial. Posteriormente, a proposta de reajuste construída entre o Judiciário e a categoria é enviado à Assembleia Legislativa para apreciação dos deputados.

O Sindjus afirma que o Tribunal possui margem fiscal no seu orçamento de 32,46% para implantar o reajuste complementar. "E este valor, hoje, daria para que os servidores tivessem mais de 22% de reparação. Só que o que está acontecendo é que esse dinheiro está sendo consumido pela magistratura", aponta Velleda.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

UFPel recebe doação de dez veículos Anterior

UFPel recebe doação de dez veículos

Solicitações de matrícula da UFPel exigirão comprovante de vacinação Próximo

Solicitações de matrícula da UFPel exigirão comprovante de vacinação

Deixe seu comentário